Como realizar o refil da bomba de morfina?
A medicação morfina para uso intratecal pode apresentar diferentes concentrações. A depender do tipo de bomba de infusão (elastomérica ou bomba eletrônica) as concentrações podem variar e é importante pleno conhecimento pelo médico que irá realizar o procedimento.
O refil deve ser realizado antes do término da medicação. Após o termino da medicação, pode entrar ar no sistema da bomba, podendo até estragar o seu funcionamento. O cirurgião deve ficar atento sobre qual será o material utilizado na punção para não danificar o funcionamento da bomba. Existem kits de refil específicos para esse procedimento.
O procedimento é realizado por médico ou enfermeira especializada, em ambiente estéril, com manipulação estéril de medicamentos e materiais. Não é necessário anestesia, a punção da câmara do reservatório na bomba é semelhante a punção de uma veia para coleta de exames.
O paciente geralmente vai de alta logo após o procedimento.
Qual o risco do refil da bomba de infusão intratecal?
Os principais riscos são:
1) Infecção - por manipulação não estéril dos materiais ou mesmo por queda de imunidade do paciente
2) Infusão da medicação fora da câmara de punção - isso pode ser muito grave, pois a medicação que deveria ser aplicada ao longo de seis meses é absorvida pelo corpo de forma extremamente rápida podendo levar o paciente ao coma ou até mesmo a morte. É importante que a pessoa que realiza esse procedimento esteja familiarizada com os materiais e com a técnica.
Quando deve ser realizado o refil?
A bomba de infusão Synchromed 2, da Medtronic, é uma bomba eletrônica que permite que o cirurgião veja por telemetria quanto da medicação ainda há na bomba, quanto dessa medicação está sendo dispensada por dia para o paciente e qual a durabilidade do estoque em seu reservatório.
Assim, as trocas podem ser programadas sem urgência. Como os volumes infundidos geralmente são muito baixos, essa bomba pode durar semanas mesmo com 1mL em seu reservatório.
É possível programar um alarme na bomba Synchromed 2 para que seja disparado caso o volume do reservatório atinja um volume considerado crítico. Quando a bomba disparar o alarme (que parece um despertador de relógio digital, em volume relativamente baixo), o paciente deve imediatamente procurar o seu médico.
Em geral, o fabricante recomenda que a troca da medicação seja realizada a no máximo a cada 6 meses. Mais que esse período sua função farmacológica não está comprovadamente mantida dentro do reservatório da bomba (que fica na mesma temperatura que o corpo, ou seja, em torno de 37 graus Celsius).
Para as bombas de infusão contínua a regra é outra. As bombas de infusão contínua, como é o caso da Tricumed, bomba fornecida no Brasil pela St. Jude, o volume infundido diariamente é fixo. Assim, a programação de refil deve se basear no tempo que a bomba leva para infundir quase todo seu reservatório, por exemplo: Uma bomba com 60mL de morfina e taxa de infusão de 1mL a cada 24h deve ser reabastecida obrigatoriamente no máximo a cada 60 dias.