Tratamento da neuralgia Pós-Herpética

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O que é a Neuralgia Pós-Herpética?

É uma dor muito desagradável que pode ocorrer na região acometida pela doença Herpes Zoster ou Varicela Zóster, também chamada de cobreiro, uma doença viral que ocorre em pacientes com queda de imunidade que já foram expostos ao vírus varicela zoster (vírus da Catapora).

O vírus da catapora, quando a doença é curada, se aloja nos gânglios dorsais, estruturas nervosas ao lado da coluna vertebral e ficam por lá em um estado chamado latência. Podem ficar por anos, ou mesmo o resto da vida, sem causar qualquer problema. Em quedas de imunidade, o vírus varicela zoster pode se reativar, e migrar através do nervo correspondente em que estava latente, causando uma alteração nessa região, geralmente com dor de ardência ou pontadas bem em uma faixa do corpo apenas. Essa dor pode aparecer mesmo antes das vesículas saírem na pele.

O link a seguir contém imagens de cirurgias e procedimentos que podem impressionar o visitante. Recomenda-se cautela!

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Herpes Zoster em fase aguda em região abdominal - Dr. Monaco

 

Herpes Zoster; Neuralgia pós-herpética; dor do herpes; vírus herpes zoster
Acometimento de membro inferior por herpes zoster (fase aguda) - quanto maior a lesão, maior o risco de desenvolver a neuralgia pós-herpes zoster
Fase tardia do herpes zoster, com cicatrizes cutâneas associadas com dor neuropática de difícil tratamento
Fase tardia do herpes zoster, com cicatrizes cutâneas no tórax associadas com dor neuropática de difícil tratamento - Dr. Monaco

As regiões mais acometidas são as regiões do tórax, face e pescoço, podendo acometer a barriga ou mesmo braços e pernas. A herpes zoster geralmente cursa com a formação de múltiplas bolhinhas, avermelhadas, parecendo um cacho de uvas pequeno (ou grande). Essas vesículas irão se romper, liberando um líquido transparente e a ferida fica dolorida e com ardência, formando crostas na região. Mesmo quando não tratada a doença tende a ser resolvida pelo próprio organismo, embora pessoas com déficits de imunidade possam apresentar graves complicações.

É sugerido procurar médico clínico geral ou infectologista para tratamento da doença antes de 72h do aparecimento dessas bolhinhas. As complicações mais comuns são: cicatrizes, infecções por bactérias nas regiões das lesões, dor, acometimento de visão com risco de perda de visão (quando a lesão acomete olhos) ou acometimento da audição (quando a lesão acomete região dos ouvidos), hepatite, pneumonite ou mesmo meningoencefalite, potencialmente sequelante ou fatal.

Já existe no Brasil vacina para prevenção do aparecimento da doença Herpes Zoster. É aconselhado que pessoas com mais de 60 anos recebam a vacina, uma vez que os idosos estão mais dispostos a desenvolver a doença devido a quedas na imunidade. O risco de ter herpes zoster aumenta conforme a idade. A vacina herpes zoster (atenuada) é administrada em dose única injetável por via subcutânea (abaixo da pele). No Brasil, está aprovada sua aplicação para pessoas com 50 anos ou mais.

Alguns pacientes, após a resolução do herpes zoster, irão apresentar dor persistente e de grande intensidade, podendo apresentar na região onde havia as lesões alterações de sensibilidade, com dor ao simples toque de um dedo ou mesmo de uma peça de roupa (chamada alodínea). Estima-se que até 40% dos pacientes que apresentaram herpes zoster podem apresentar a dor contínua, chamada Neuralgia Pós-Herpética.

O tratamento dessa dor nem sempre é simples, por isso, existem medidas que ajudam a previnir seu aparecimento, como o uso de gabapentinóides ou tricíclicos na fase aguda da doença. Para os casos de dor já instalada, deve-se procurar um médico de dor para ajuda no tratamento, que pode incluir diversas medicações, como antidepressivos, anticonvulsivantes, neurolépticos e mesmo analgésicos. As terapias de dessensibilização ajudam a amenizar as dores, assim como algumas pomadas ou soluções tópicas. 

Para os casos de difícil resolução da dor, existem procedimentos neurocirúrgicos a serem testados e aplicados, como a estimulação medular, estimulação cortical, ou mesmo procedimentos locais com bloqueios de gânglio dorsal e neuromodulação com estimulação de gânglio da raiz dorsal (DRG). 

Procure um neurocirurgião com especialidade em dor para mais informações. O bloqueio anestésico de gânglios pode ser um tratamento aplicado na fase aguda da dor, com resultado satisfatório, diminuindo a dor, diminuindo o uso de analgésicos e podendo encurtar a duração da dor. Não é aconselhado o uso de medicamentos por conta própria, já que os medicamentos podem apresentar efeitos colaterais e interações que podem prejudicar mais que a doença em si.