Lesão das radículas nervosas
A radículotomia é um procedimento onde radicelas nervosas, ou seja, parte de uma raíz nervosa ou de um nervo, são lesadas de forma intencional e controlada pelo neurocirurgião.
Para que o neurocirurgião realiza uma radículotomia?
Existem diversas indicações para esse procedimento:
1) Tratamento da dor refratária:
Em casos de dores intratáveis, é possível a realização de lesão de radicelas selecionadas para alívio da dor. Essa lesão pode ser realizada de forma aberta, com incisão e exposição das radículas desejadas, de forma endoscópica ou percutânea, apenas com acesso guiado ou não por radiofrequência ou por radioscopia.
O procedimento pode ser realizado em diferentes nervos do corpo, a depender do objetivo do tratamento e da resposta esperada. Esse procedimento pode ser realizado mais de uma vez, com resposta mais prolongada que um bloqueio anestésico.
Para aliviar a dor e o sofrimento na fase aguda de uma crise por hérnia de disco, pode ser realizado procedimento percutâneo com anestesia local (como um bloqueio foraminal), que é uma opção de tratamento para alívio da dor.
2) Tratamento da Espasticidade:
Na cirurgia de rizotomia dorsal seletiva, são realizadas diversas radiculotomias, em geral, por visão microscópica. Cada raíz nervosa selecionada é dissecada em diversas radículas, e então essas são estimuladas. Os estímulos fazem com que a musculatura inervada por essa radícula apresente resposta motora, e o neurofisiologista documenta e registra as respostas.
De acordo com o grau de anormalidade de cada radícula, o neurocirurgião secciona ou não as radículas, para quebra do ciclo de espasticidade mediado pelas raízes dorsais (por isso o nome: rizotomia dorsal seletiva).
São realizadas em média 60 radiculomias em cada cirurgia de rizotomia dorsal seletiva.