Como realizar o refil da bomba de baclofeno?
A medicação baclofeno para uso intratecal é difícil de ser encontrada no Brasil. O neurocirurgião funcional tem acesso para obter a medicação juntamente com o paciente, isso pode ser combinado entre paciente e médico.
O refil deve ser realizado antes do término da medicação. Após o termino da medicação, pode entrar ar no sistema da bomba, podendo até estragar o seu funcionamento. O cirurgião deve ficar atento sobre qual será o material utilizado na punção para não danificar o funcionamento da bomba. Existem kits de refil específicos para esse procedimento.
O procedimento é realizado por médico ou enfermeira especializada, em ambiente estéril, com manipulação estéril de medicamentos e materiais. Não é necessário anestesia, a punção da câmara do reservatório na bomba é semelhante a punção de uma veia para coleta de exames.
O paciente geralmente vai de alta logo após o procedimento.
Qual o risco do refil da bomba de infusão intratecal?
Os principais riscos são:
1) Infecção - por manipulação não estéril dos materiais ou mesmo por queda de imunidade do paciente
2) Infusão da medicação fora da câmara de punção - isso pode ser muito grave, pois a medicação que deveria ser aplicada ao longo de seis meses é absorvida pelo corpo de forma extremamente rápida podendo levar o paciente ao coma ou até mesmo a morte. É importante que a pessoa que realiza esse procedimento esteja familiarizada com os materiais e com a técnica.
Quando deve ser realizado o refil?
A bomba de infusão Synchromed 2, da Medtronic, é uma bomba eletrônica que permite que o cirurgião veja por telemetria quanto da medicação ainda há na bomba, quanto dessa medicação está sendo dispensada por dia para o paciente e qual a durabilidade do estoque em seu reservatório.
Assim, as trocas podem ser programadas sem urgência. Como os volumes infundidos geralmente são muito baixos, a bomba pode durar semanas mesmo com 1mL em seu reservatório.
É possível programar um alarme na bomba para que seja disparado caso o volume do reservatório atinja um volume considerado crítico. Quando a bomba disparar o alarme (que parece um despertador de relógio digital, em volume relativamente baixo), o paciente deve imediatamente procurar o seu médico.
Em geral, os fabricantes recomendam que a troca da medicação seja realizada a no máximo a cada 6 meses. Mais que esse período sua função farmacológica não está comprovadamente mantida dentro do reservatório da bomba (que fica na mesma temperatura que o corpo, ou seja, em torno de 37 graus Celsius).